segunda-feira, 22 de junho de 2009

PE. MARINO VAN DE VEN

Padre Marino nasceu na pequena aldeia Kaatsheuvel (Morro do Gato) na Província de Brabantia, na Holanda, em 25 de dezembro de1931, “...você é bom em matemática sabe concluir que já estou com 75 anos".
Está no Brasil desde 27/10/1959 e veio direto para Muriaé, ficando aqui por dois anos, “aprendendo um pouco a difícil mas linda língua portuguesa”, já que Muriaé há muito tempo é atendida por padres holandeses.
Foi pároco em São João da Barra (RJ), “a terra do conhaque”, vigário cooperador em Além Paraíba (MG), pároco em Muriaé (Matriz São Paulo) e Miradouro (MG), foi por duas vezes diretor do Seminário menor "Nossa Senhora do Sagrado Coração" em
Juiz de Fora.
“Atualmente estou como ajudante na paróquia São Paulo, mas sem responsabilidades
paroquiais (ou com outras palavras: meio aposentado)”.


"ARISTIDES TEM PAIS FORMIDÁVEIS; NA SIMPLICIDADE, ELES ACOMPANHAM O RAPAZ E O TRATAM IGUAL COMO OS OUTROS FILHOS, QUE É ESSENCIAL PARA ELE..."

Conheço Aristides desde a idade de sua primeira comunhão, quando eu dava assistência na Comunidade João XXIII. Eu visitava a casa dele e, quando Aristides estava na sétima ou oitava série do ensino básico, ele não conseguia mais, escrevendo, tomar nota da matéria dada e fazer o dever da casa.
Então procurei contato com uma organização na Holanda, chamada "Fundação Liliane"
(cfr. o nome da fundadora). Esta fundação dá assistência a milhares de crianças e jovens (até 27 anos) no mundo inteiro. A fundação não só ajuda na deficiência (p.e. perna ou braço mecânico, aparelho de audição, cadeira de roda etc.) mas ajuda também a criança um pouco para seu futuro. Por exemplo: há muitas crianças na África que perderam uma perna, pisando em mina terrestre. Esta criança recebe uma perna mecânica e ainda uma vaca para que não falte o leitinho diário.
A fundação gasta por criança mais ou menos 1.000 reais. O mais importante para a fundação é o futuro da criança assistida.
O caso de Aristides foi bem recebido: Aristides, ainda estudando, já tinha a promessa de trabalho. Escrevendo à mão não daria conta do dever estudantil. Um computador seria o ideal.
Excepcionalmente, recebi o dobro de dinheiro que normalmente é dado. O computador foi comprado aqui em Brasil. Só que mandei colocar uma chapa de plástico transparente com buraquinhos sobre as letras, porque pelo movimento espasmódico de seus braços ele poderia tocar em duas ou três letras de uma só vez.
Aristides foi o primeiro caso que consegui ajudar via Fundação Liliane. Depois, trabalhando em Miradouro, me tornei intermediador entre a fundação e as crianças a serem ajudadas. Muita criança recebeu aparelho de audição, cadeira de rodas, cama especial para criança com deficiência na coluna; um rapaz da APAE recebeu um carrinho fechado para recolher papel velho e assim ajudar na sua manutenção.
Aristides tem uma deficiência grave, mas, felizmente, sua cabecinha funciona bem e é um aluno inteligente. Ele merecia!!
Aristides tem pais formidáveis; na simplicidade, eles acompanham o rapaz e o tratam igual como os outros filhos, que é essencial para ele...
O pessoal da Fundação achou o caso de Aristides tão interessante, que ele apareceu na revista mensal da Fundação.
Pe Marino.


A Fundação Liliane, que tem sua sede em s`Hertogenbosch, capital da província da Brabantia, ao sul da Holanda, a 80 Km de Amsterdã, cuida aproximadamente de 12.000 crianças em todo o mundo.
Das pessoas que trabalham na Fundação Liliane, 90% são voluntários com formação universitária e um dos trabalhos que tomam mais tempo é o de traduzir a correspondência que chega de todos os lugares do mundo em mais de 50 línguas.
A Fundação Liliane é bem vista pela população holandesa. Quando é feita uma campanha pela TV, a renda é de milhões de euros .

O próprio fundador, de cuja esposa a fundação tem o nome, um católico fervoroso, fez uma nova versão de São Francisco para o nosso século... peregrinou, puxando um burrinho, para Santiago de Compostela (1.600 Km de distância) e Medgegorge (1000 Km) e diariamente era acompanhado pelas TVs da Holanda, Bélgica, França, Alemanha e Hungria, o que rendia milhões e milhões de euros para a Fundação.